Não sei vocês, mas as vezes eu não quero nada com o cara, a única
coisa que eu quero é beijar ele ate
ficar sem fôlego e pronto.
Todos os dias pego o mesmo ônibus para ir de casa até o
trabalho e quase sempre é o mesmo cobrador
ele não é um sedutor como nas crônicas de Nelson Rodrigues, mas ele é bem
interessante e como uma boa mulher gosto quando um homem, não qualquer homem,
mas um que valha a pena da em cima de mim ou me olha com olhos interessados sem
ser descortês.
Assim, um belo dia, não tão belo assim já que so pra variar
estava chovendo eu fui pra parada esperar o ônibus e quando eu vejo La vem o de
sempre, fiz sinal e dei sorte vago e parou pra mim.
Subi no ônibus e resolvi falar com ele:
-Ola, só chuva...
-Pois é, e você ta toda molhada...
-Mas eu tive sorte! Pelo menos vocês pararam pra mim.
Ele riu e eu sentei perto dele, de propósito é claro!
Conversamos um pouco e o ônibus foi enchendo aos poucos, ele
me disse que tava de olho em mim e disse que por mim tudo bem, mas ele só teria
uma chance e teria que ser somente uma vez.
Assim fomos conversando e o ônibus foi secando, quando eu
estava quase pra descer disse pra ele e informei que a chance dele tava acabando.
- Você pode descer no final da linha? Levo-te em casa.
- Posso descer, mas não aceito a companhia para casa.
Quando chegamos no ponto de ônibus descemos e ele me levou a
um canto reservado de uma lanchonete que tem por lá, nos beijamos e alguns
amassos também rolaram, é claro... O puritanismo não faz parte da minha vida.
Fui para casa, ainda pego esse ônibus e o vejo, mas ele sabe
que ele só tinha uma chance e fez tudo o que tinha a fazer.
Assim foi o meu beijo que eu necessitava, não queria namorar
com ele, casar então nem pensar, mas apenas um beijo com um desconhecido que
não tem ligação direta com o meu dia-a-dia.
Apenas um beijo...